Ontem chegou ao fim uma grande amizade. Uma das melhores que tive nessa existência. Infelizmente, pelo menos nesse plano, não nos falaremos mais.

Nos conhecemos há 11 anos. Nesses janeiros que se passaram, ambos ganhamos cabelos brancos, amadurecemos e aprendemos a lidar um com o outro. Somos diferentes em muitas coisas. Ele era incapaz de escrever, mas deixou capítulos inteiros impressos em nossa alma. Foi um espírito que nos presenteou com fidelidade. E com felicidade.

Compartilhamos bons momentos em caminhadas diárias e nossa família aprendeu com sua ternura ímpar e a sabedoria do seu silêncio o amor incondicional. Guardião de dias bons. Guardião de dias maus, presente nas manhãs de luz e também nos dias de angústia. IMG_5907

Quando ele chegou, nossa realidade mudou para se adaptar à sua companhia. Agora nos despedimos dele, nossa realidade se muda novamente. Só que sua vida (pequenina) trouxe aprendizado para todos nós e muitos bons momentos.

Para Crowley, “a morte é o desnudamento do espírito; é a libertação da luz de sua prisão terrestre” e é isso que todos agora acreditamos. Que sua luz que tanto nos iluminou aqui foi liberada para retornar ao eterno. Lembraremos sempre de você, pequeno Fred, e algum dia nos encontraremos novamente. E retomaremos nossos passeios.

O funeral para meu amigo foi simbólico e no mundo das ideias, mas não menos importante. Embora tenha vivido nessa encarnação como um pequeno e peludo Shih Tzu cheio de personalidade, sua alma foi maior do que muitas almas humanas.

Sentiremos sua falta, amiguinho.

Originalmente postado em bacciotti.net/funeral-p… em 2025-05-12 (266 palavras)